Embora tenha ganhado projeção em 1995, com o lançamento do livro homônimo, por Daniel Goleman, o termo inteligência emocional (IE) foi mencionado pela primeira vez no final da década de 1960, e ganhou maior destaque em 1990, em artigos científicos publicados pelos psicólogos norte-americanos Peter Salovey e John Mayer, que definiram essa competência como “a capacidade de perceber e raciocinar sobre as emoções, em si próprio e nos outros.”
No entanto, essa capacidade de raciocinar sobre o que sentimos não é tarefa tão simples. Afinal, desde o início da nossa evolução biológica, aprendemos a confiar em nossos instintos, intuições e emoções para agir. Diante de um perigo, de uma ameaça à sobrevivência, nossas reações imediatas são disparadas pela mente emocional, pois o tempo de “pensar” no que fazer pode nos custar a vida.
A palavra emoção tem sua raiz no latim movere (mover), ou seja, um movimento para agir de forma imediata. Por isso que, ao sentir raiva, o sangue corre diretamente para nossas mãos, que ficam mais ágeis para golpear, sacar uma arma, atacar ou defender-se do inimigo. E diante do medo, o fluxo sanguíneo concentra-se em nosso aparelho locomotor, nos dando mais energia para correr e facilitar a fuga.
Agora, a boa notícia: por mais desafiador que seja, é possível treinar nossa mente racional para controlar as emoções, afinal, temperamento não é destino, e nossos circuitos emocionais podem ser modelados. Além de relacionamentos pessoais muito mais saudáveis, a habilidade de gerenciar emoções nos permite ter melhor desempenho no trabalho e nos prepara para a liderança.
Vamos entender melhor 3 aspectos essenciais para quem deseja aumentar sua inteligência emocional e se destacar na carreira:
Autoconsciência:
É como ser testemunha de si mesmo. Diante de um impulso destrutivo, como a fúria, por exemplo, é conseguir entrar em contato com essa emoção e dizer “o que estou sentindo é uma raiva muito intensa, mas que não irá me dominar”. Essa habilidade é fundamental para adquirir autocontrole emocional. Reconhecer, aceitar e acolher um estado de espírito negativo é o primeiro passo para livrar-se dele. A autoconsciência traz a compreensão sobre o que estamos sentindo, e nos dá a liberdade de escolher não reagir diante dessa forte emoção. É respirar fundo, medir as palavras, baixar o tom de voz e decidir conscientemente manter a serenidade e dominar os impulsos, mesmo diante da mais forte turbulência. Meditação, exercícios de respiração, técnicas de mindfulness podem ajudam a criar esse equilíbrio interno.
Automotivação:
Agora entramos no campo em que os atletas de alta performance são um grande exemplo. Imagine ter a capacidade de motivação para seguir de forma implacável em rotinas de treino exaustivas e repetitivas. Essa obstinação está relacionada ao desenvolvimento de algumas características emocionais, como entusiasmo e persistência. O entusiasmo vem do prazer de realizar algo, de estar à vontade na profissão que exerce, ou na atividade que executa. Já a persistência é uma aptidão que precisa ser treinada. É perseverar diante dos reveses, rumo a um objetivo. Por isso a importância de definir metas, em qualquer área da vida. O desânimo, o medo e a insegurança são sentimentos naturais que podem nos pegar a qualquer momento. Mas quando temos objetivos bem traçados, e um forte desejo para conquistá-los, estamos preparados para lidar com as frustrações. É preciso flexibilidade para nos adaptar às situações que não podemos mudar; otimismo e resiliência para contornar os problemas, sem desistir no meio do caminho. Quando aprendemos a administrar emoções, nos colocamos acima delas, ou seja, assumimos o controle da nossa vida.
Uma das emoções a gerenciar, nessas horas, é a impulsividade. Saber esperar, fazer planos e seguir motivado até o fim, é um grande desafio que requer inteligência emocional. Do contrário, perdemos a concentração e nos deixamos levar por pequenos ganhos que só nos trazem satisfação imediata, mas nos distanciam da grande meta a ser alcançada. Mais do que desenvolver a capacidade de se motivar, é preciso MANTER esse estado de motivação. Isso explica o fato de muitas pessoas conseguirem dar início a seus projetos, com ânimo e coragem, mas ficam pelo caminho diante do primeiro obstáculo. Mais uma vez, é importante observar o comportamento dos atletas de ponta, e de grandes nomes do empreendedorismo como Jeff Bezos, Bill Gates, Mark Zuckerberg, Elon Musk, entre outros. O que todos eles têm em comum? Eles têm uma orientação inabalável para a realização.
Relacionamentos Interpessoais:
A habilidade de interagir com os demais, utilizando as competências sociais, chamadas soft skills, estão entre as aptidões mais valorizadas pelos recrutadores, de acordo com as tendências lançadas no Fórum Econômico Mundial. E quando falamos em inteligência emocional, a principal virtude a ser desenvolvida é a empatia. Quem tem essa capacidade de se conectar com os sentimentos alheios demonstra facilidade para resolver conflitos e gerenciar equipes, pois sabe reconhecer e extrair o melhor dos seus colegas de trabalho. É uma característica dos bons líderes, que inspiram, mobilizam e influenciam.
São pessoas cooperativas, com talento para a mediação de problemas e que sabem se comunicar com clareza e respeito. Têm um forte poder de persuasão, mas convencem pelo carisma, e não pelo medo. Quando precisam modificar algum padrão, oferecem o melhor feedback possível, pois não julgam a pessoa em si, por suas falhas, mas sim o processo, que pode ser aprimorado. São específicos no que esperam como resultado, e ao invés de lançar uma crítica, oferecem uma oportunidade de mudança, ou seja, sempre apresentam uma solução.
Se você quer aprender mais sobre inteligência emocional e gostaria de desenvolver todas as soft skills para se destacar no mercado de trabalho, a MasterMind Campinas tem o treinamento certo para você. Agende um atendimento personalizado, teremos prazer em apresentar nossos programas e descobrir juntos o que melhor atende suas necessidades!
Eduardo Mendes é sócio do grupo Master Mind Brasil, especialista em Gestão Estratégica e Liderança pela University of California, San Diego – School of International Relations and Pacific Studies.