No cenário corporativo, o case da Kodak é um dos mais estudados por empreendedores e pessoas que buscam o aprendizado contínuo. Que sabem que, para não cair nas mesmas armadilhas, a saída é aprender com os erros.
E melhor que sejam erros alheios, não é mesmo?
Mas afinal, o que difere uma marca como a Kodak, pioneira da fotografia – e que acabou sendo engolida pelo mercado que ela mesma criou – de outras como Uber e AirBnb, que aproveitaram momentos de crise (pós-2008) para inovar com produtos e serviços desruptivos?
Poderíamos falar de muitos aspectos, mas vamos citar a visão estratégica. No início da década de 1990, a Kodak poderia ter se tornado a gigante no mercado de câmeras digitais. Mas subestimou a rápida mudança tecnológica e falhou em perceber o desejo do consumidor. Achou que, voltando-se à fabricação de um produto digital, perderia a liderança na venda de outros produtos e serviços atrelados: pois além de filmes fotográficos, ganhava muito com a revelação das fotos. Insistiu no mercado errado, e essa falha na visão de longo prazo lhe custou a falência em 2012.
Imagine se a Xerox estivesse até hoje vendendo apenas fotocopiadoras. Certamente teria sido esmagada pela concorrência. A empresa voltou seu foco para a inovação, oferecendo não só impressoras de alta tecnologia, mas soluções de TI que ajudam a desenvolver o negócio dos seus clientes. Sem medo de ousar, conquistou novos mercados ao longo das últimas décadas.
Mas onde estão e como aproveitar essas oportunidades? Muitas vezes, elas são sinalizadas por seus próprios clientes. E mais uma vez, estamos falando de visão estratégica. Em cenários adversos, como este que vivemos desde o início de 2020, é fundamental descobrir maneiras de acompanhar o mundo ultra conectado digitalmente, pós-pandemia. O que esse novo consumidor deseja?
E por mais que grandes empresas de inovação, como Airbnb e Uber, já nascidas no ambiente digital, estejam firmes em seus nichos, não há estabilidade que seja eterna. Mesmo as gigantes devem estar atentas aos desejos do seu público.
Neste cenário de incertezas, é essencial refletir sobre alguns pontos que a Mastermind já reforça em seus treinamentos, e que podem servir de inspiração a vocês, leitores:
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Em cenários adversos, fortaleça a aproximação com seu cliente:
Com empatia e transparência, esteja pronto a apoiá-lo em seus desafios. É o momento de estar mais acessível, de ter uma comunicação acolhedora. Você já pensou em gravar vídeos, em disponibilizar conteúdo gratuito nas redes sociais, por exemplo? É uma boa maneira de conquistar e fidelizar seu cliente.
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Esteja preparado para crises:
Nada é estável, tudo pode mudar a qualquer momento. E a pandemia nos ensinou isso da forma mais avassaladora possível. Portanto, nunca se acomode. Não aceite a zona de conforto. Quais inovações estão surgindo no seu nicho? É preciso se capacitar, se preparar para o futuro? Antecipe-se aos problemas. Seja ágil nas mudanças.
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Não tenha medo do fracasso:
Mudanças geram medo e ansiedade. É normal se perguntar: e se eu tentar algo novo e fracassar? Está tudo bem. O fracasso é apenas uma ação que não ocorreu da forma desejada. Outra coisa é ter um comportamento de fracassado, caso continue focando na derrota. Liste seus erros, seja humilde para reconhecer suas fraquezas, adquira novas habilidades, trace um novo e melhor plano estratégico e recomece. Quantas vezes forem necessárias. E lembre-se: a diferença entre o sucesso e o fracasso é a persistência. O sucesso é o ponto de chegada daqueles que nunca desistiram.
Eduardo Mendes é sócio do grupo Master Mind Brasil, especialista em Gestão Estratégica e Liderança pela University of California, San Diego – School of International Relations and Pacific Studies.