Quando falamos em perfil empreendedor, logo pensamos em pessoas que abrem seus próprios negócios, são inovadoras, disruptivas, com visão estratégica para criar um novo conceito de produto ou serviço. Mas você já pensou em desenvolver essas características, e ao invés de se lançar no mercado de forma autônoma, poder exercer essas qualidades dentro de uma empresa, como colaborador? E poder ser reconhecido e recompensado por isso? A ideia de intraempreendedorismo vem ganhando espaço no meio corporativo. Quando bem aplicada, é uma prática vantajosa tanto para o colaborador como para a organização.
Veja o exemplo do Facebook. O famoso “botão de curtir” foi criado em um programa interno da empresa para aceleração de ideias. Deu tão certo que passou a ser utilizado em todas as plataformas de interação que surgiram posteriormente. O mesmo aconteceu com o Gmail, o provedor de e-mails do Google. Foi lançado em 2004 como um serviço para colaboradores, pelo então funcionário Paul Buchheit. Na época, um provedor gratuito com capacidade de armazenamento de 1 GB era totalmente inovador. O projeto se expandiu e impulsionou o Gmail como um dos maiores provedores do mundo. Vale destacar que o Google é uma empresa que estimula a livre criação de ideias e permite que os colaboradores dediquem uma parte do seu tempo a desenvolver projetos pessoais.
Esse, aliás, é um dos fundamentos do intraempreendedorismo: o estímulo deve partir da liderança. Quando a empresa tem uma cultura de inovação e aprendizado contínuo, os gestores tendem a incentivar a geração de ideias, apoiam suas equipes na busca da constante atualização, fazendo com que todos se sintam à vontade e motivados em trazer novas soluções para a empresa.
Como incentivar a inovação? Promova brainstormings e faça também encontros com pessoas de diferentes times. O olhar externo pode trazer novas soluções a questões que estamos viciados a olhar da mesma maneira. É muito mais fácil modificar um processo quando estamos abertos a diferentes visões, opiniões e sugestões. Isso é promover o intraempreendedorismo na prática.
Autonomia e reconhecimento são incentivos que fazem os colaboradores se sentirem “parte do negócio”. E isso desperta o poder empreendedor dentro deles.
Por isso é essencial investir em treinamentos e programas de formação de liderança. Somente os bons líderes reconhecem a importância de dar mais autonomia aos colaboradores; e sabem como é fundamental atrair, formar e reter intraempreendedores em suas equipes.
A ideia do intraempreendedorismo é fazer com que os colaboradores pensem e ajam como empreendedores, dedicando esforços para conseguir bons resultados para a empresa. Eles podem melhorar processos já existentes, trazendo soluções criativas, ou então, desenvolver do zero novos projetos que farão o negócio crescer. A recompensa pode ser negociada entre as partes envolvidas: bônus, participação nos lucros, promoções são os incentivos mais comuns.
Pessoas com capacidade de resolução de problemas são valiosas em uma equipe. Elas transformam desafios em oportunidades. Mais do que resolver, é preciso valorizar pessoas capazes de antever problemas, e agir de forma proativa.
É melhor manter na empresa uma pessoa criativa, motivada, capaz de trazer mudanças positivas, ou perdê-la para a concorrência? Sem reconhecimento e incentivo, os melhores funcionários vão embora. Uma cultura organizacional que favoreça a autonomia só traz vantagens.
Todo profissional com perfil intraempreendedor tem uma tendência a realizar, a colocar ideias em prática. Ele precisa ver as mudanças acontecendo. Isso o faz sentir-se realizado, com a sensação de “dono do negócio”. Empresas que não têm ambiente propício para crescimento, que não permitem a seus funcionários atingir seu pleno potencial, estão arriscando perder seus melhores talentos.
A MasterMind Campinas tem os melhores programas para quem deseja desenvolver habilidades de liderança. Para saber mais sobre o conteúdo de nossos treinamentos, entre em contato para um atendimento personalizado.
Eduardo Mendes é sócio do grupo Master Mind Brasil, especialista em Gestão Estratégica e Liderança pela University of California, San Diego – School of International Relations and Pacific Studies.
