LiderançaSeu ambiente de trabalho parece tóxico? Saiba como lidar com essa situação - MasterMind Campinas

19/07/20210
Homem gritando com uma mulher em um ambiente de trabalho

Que tipo de sensação você tem no domingo à noite? Ânimo e motivação por iniciar uma semana de trabalho, ou angústia e frio na barriga de ansiedade, com aquele desejo antecipado de logo chegar a sexta-feira? 

Claro que todos nós passamos por momentos de estresse, cansaço ou pressão em nossa rotina de trabalho. Tudo bem se for algo pontual, momentâneo. Ainda mais nesse período de pandemia, em que a saúde mental foi colocada à prova, exigindo altas doses de resiliência e flexibilização. Mas quando isso se torna crônico, pode ser um indício de que o ambiente de trabalho é tóxico. 

Desmotivação, altas taxas de turnover e baixa produtividade são características comuns de uma cultura organizacional tóxica. A seguir, vamos falar sobre como identificar e lidar com outros sinais de alerta, que requerem inteligência e controle das emoções para serem superadas.

 

Baixa empatia

Não é por acaso que inúmeras empresas realizam campanhas com o tema “Walk in Someone’s Shoes”, que significa, literalmente, andar com o sapato do outro. Na prática, é escolher algum jeito de vivenciar situações dos seus colegas, em cargos e funções diferentes. Imagine quem tem filhos e precisa resolver alguma questão doméstica, por exemplo. Se você trabalha em um lugar rígido, pouco flexível com horários, que não respeita o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, fique alerta! Sinal de que não existe fortalecimento de vínculos e o líder não se importa com o bem-estar dos funcionários. 

Empresas inovadoras valorizam o relacionamento entre pessoas, e não máquinas. Há espaço para diálogo. Existe confiança e colaboração entre os times, independente da hierarquia. A liderança compassiva é uma das soft skills mais valorizadas atualmente.

 

Pouca tolerância a falhas

Se você sente que está sempre pisando em ovos, com medo de cometer erros e levar alguma punição do chefe, mais um sinal vermelho. Um ambiente de trabalho saudável promove a confiança. O líder encoraja o desenvolvimento, a criatividade, a inovação, e encara os erros como aprendizado. Ele incentiva riscos calculados e promove a autoconfiança.  

É preciso ter clareza nos objetivos e metas. E sempre haverá avaliações. Mas elas devem servir para acompanhamento contínuo e melhoria dos processos. Os ajustes são feitos de forma conjunta e transparente. O bom líder sabe mediar conflitos e consegue dar um feedback construtivo sobre o desempenho de seus funcionários. Já o líder tóxico só se preocupa em mostrar resultados. Cria um ambiente de intimidação e insegurança. A equipe, temendo demissões, evita confrontos, aceita todo tipo de cobranças e situações abusivas. E mais: como não há incentivo a desenvolver novas habilidades, as pessoas permanecem em suas zonas de conforto. 

 

Falta de clareza nas responsabilidades

Funções pouco claras e mal definidas. Em resumo, as pessoas não sabem bem quais são suas atribuições. Falta clareza e organização no método de trabalho. Isso deixa as pessoas ansiosas, desmotivadas e gera uma desconexão no time. Esse cenário costuma ser acompanhado por falta de comunicação e pouco ou nenhum diálogo. Ou seja, um ambiente de trabalho desorganizado não inspira confiança e pode afetar a saúde mental do colaborador.

 

Disputas internas e jogos de poder

Aqui entram vários indícios que sinalizam um ambiente de trabalho tóxico. Fofocas e lamentações de corredor, competitividade desleal, cobrança abusiva por resultados, pressão constante para trabalhar e produzir mais são situações bem comuns.   

O favoritismo é outro aspecto relevante. Sabe aquela pessoa que tem informações privilegiadas, capaz até de influenciar promoções ou demissões? E aqueles que costumam denegrir a imagem dos colegas ou levar crédito pelo trabalho dos outros? Sim, há formas muito veladas de se fazer isso, e ainda encontramos profissionais com esse tipo de postura ocupando cargos de gestão nas organizações, infelizmente.  

Há, inclusive, chefes que não toleram o bom desempenho dos seus subordinados. E sabotam ideias inovadoras, com receio de serem substituídos. 

Se você precisa sempre se precaver, guardando documentos, e-mails, vivendo em estado de tensão, esperando uma punhalada nas costas, é preciso reavaliar seu trabalho. A liderança tóxica é sempre marcada pela depreciação ou falta de reconhecimento pelo trabalho das equipes.  

 

Como agir, então? 

Ansiedade, depressão, crises de pânico, perda de autoconfiança, apatia, insegurança, síndrome de  burnout estão entre as principais consequências de um ambiente nocivo. A seguir, confira algumas dicas para lidar melhor com essa situação. 

– Forme um grupo de aliados: não é criar “panelinhas” no trabalho. Mas estar perto de pessoas que pensam como você. Um grupo de apoio motivador, para conversas mais leves e troca de ideias estimulantes.  

– Dê o seu melhor sempre: pense duas vezes antes de se irritar ou ficar de mau humor. Diante de frustrações, pergunte-se: eu tenho algum controle sobre isso? Faça o possível, mas não se cobre nem gaste energia com o que não irá mudar.  

– Mude sua perspectiva sobre a situação: busque aspectos positivos, enxergue o aprendizado da experiência e siga em frente. O que pode ser encarado com mais leveza para que o futuro seja mais otimista? Não é uma tarefa fácil. É preciso desenvolver uma atitude mental positiva e manter um controle mais seguro das emoções. Ou seja, vale a pena investir em estratégias para aumentar sua inteligência emocional. 

– Leve a questão para o conhecimento do RH: é o que se recomenda somente quando a situação for insustentável. Essa seria a cartada final, pois poderá haver consequências sérias e a necessidade de reunir provas, mostrar evidências sobre os fatos ocorridos.     

– Crie um ambiente acolhedor: se for possível, decore sua mesa de trabalho com objetos pessoais e fotografias de pessoas queridas. Isso ajuda a aumentar o otimismo e a sensação de segurança.   

– Não leve o estresse do trabalho para casa: reserve tempo para si próprio ou para momentos em família. Tenha um hobby, pratique atividade física. Busque relaxar com música, meditação, leitura, filmes. Nos finais de semana, faça programas que saiam da rotina, como viagens curtas, passeios culturais e gastronômicos.  

– Planeje um futuro melhor: onde você gostaria de estar em 5 ou 10 anos? Quem você gostaria de ser? Faça uma lista de suas motivações, dos seus sonhos, e trace metas para conquistá-los. Volte a estudar, faça uma especialização, se for necessário. Você pode estar passando por desafios profissionais, mas lembre-se que isso não é permanente. Com determinação e planejamento, você vira esse jogo.  

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Eduardo Mendes é sócio do grupo Master Mind Brasil, especialista em Gestão Estratégica e Liderança pela University of California, San Diego – School of International Relations and Pacific Studies.